O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma característica relacionada ao neurodesenvolvimento, definida por um conjunto de comportamentos atípicos que englobam, principalmente, a comunicação e a interação social.
Geralmente, os primeiros sinais do TEA aparecem entre 1 e 2 anos de idade, quando a criança começa a interagir com o mundo a sua volta, embora existam casos de pessoas diagnosticadas apenas na fase adulta.
Pesquisas recentes indicam que meninos e meninas vivenciam o TEA de formas diferentes e esse é um dos fatores que explicam a maior frequência de associações ao sexo masculino. A maior diferença está no comportamento social: as mulheres muitas vezes conseguem se adaptar e interagir socialmente, de maneira que os sinais passem despercebidos. No entanto, o esforço desses indivíduos para “camuflar” essas características pode estar relacionado a problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade.
Os estudos sobre TEA começaram há mais de 100 anos e, desde então, o entendimento sobre essa característica foi modificado várias vezes. Hoje, sabemos que fatores genéticos e ambientais desempenham papéis importantes. Já são conhecidos diversos genes que, quando sofrem alterações, estão associados a uma maior chance genética para o TEA.
No fim dos anos de 1990, o pesquisador britânico Andrew Wakefield publicou um artigo científico com informações falsas na revista The Lancet – uma das mais conceituadas no mundo científico – afirmando que a vacina Tríplice Viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) causava autismo. Durante muitos anos, cientistas reuniram esforços para se certificar sobre a validade dos resultados deste estudo. Não foi difícil provar que Wakefield estava errado porque, além de não ter seguido uma metodologia científica adequada para a pesquisa, o autor do artigo possuía uma patente de uma vacina concorrente, levantando a hipótese de conflito de interesse.
Infelizmente, essa fake news ainda persiste atualmente. Diversos estudos já provaram que vacinas não causam TEA. Pelo contrário: a vacinação traz diversos benefícios para a humanidade.
As pessoas que fazem parte do TEA são “neurodivergentes”, pois seu desenvolvimento neurológico ocorre de maneira diferente. Essas pessoas devem ter a inclusão e a inserção social estimulada, para que a nossa sociedade se enriqueça com essa diversidade de comportamentos e aptidões. Por ser um espectro que abrange diversas características, que podem variar entre os indivíduos, fazer o diagnóstico de TEA não é fácil, por isso, é essencial contar com profissionais da saúde especializados.