A Hanseníase, antigamente chamada de Lepra, é uma doença tropical crônica e negligenciada causada pela infecção pelo Mycobacterium leprae ou M. lepromatosis. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) ocorrem em torno de 200 mil novos casos ao ano, sendo que praticamente 14% destes registros ocorrem em nosso país, o deixando em segundo lugar no ranking dos países com maior número de casos da doença, atrás apenas da Índia. A OMS estima que haja no mundo entre 3 a 4 milhões de pessoas vivendo com incapacidades físicas devido à Hanseníase.
O início de suas manifestações envolve o aparecimento de manchas na pele e perda de sensibilidade, sendo que a doença afeta principalmente nervos periféricos, pele e os olhos. Seus sintomas se não forem tratados, evoluem para incapacidades físicas irreversíveis, como cegueira e deformidades nos membros. As estratégias atuais de controle da hanseníase dependem do diagnóstico precoce e tratamento imediato para minimizar a morbidade progressiva da doença, assim como a interrupção da transmissão de casos clinicamente ativos.
A compreensão da transmissão da infecção por M. leprae e do processo da patogênese da hanseníase ainda é limitada, sendo que as evidências existentes sobre a transmissão são amplamente circunstanciais devido ao longo período de incubação da exposição à doença, à incapacidade de cultivar o M. leprae in vitro e à dificuldade de diagnosticar tanto a infecção quanto o início da doença hansênica. Estudos mostram que o M. leprae pode ser excretado em grande número pela boca e nariz de pacientes com hanseníase lepromatosa não tratada e, em alguns casos, pela pele, mas não está claro se pacientes com outras formas de hanseníase podem disseminar a bactéria, outros estudos mostraram evidências robustas de transmissão da doença por meio de contato com tatus selvagens. Supõe-se que a principal via de entrada do microrganismo no corpo seja pelo trato respiratório, embora existam estudos de caso sugestivos de transmissão pela pele por feridas e tatuagens.
Existe uma série de fatores que prejudicam o reconhecimento e tratamento precoce da doença a fim de evitar suas complicações e transmissibilidade:
Estigma sobre a hanseníase, que permanece forte na maioria das comunidades e inibe muitos indivíduos a procurarem cuidados médicos;
Compreensão incompleta de sua transmissão e conscientização sobre a doença em muitas comunidades;
Falta de ferramentas para monitorar a eficácia dos medicamentos;
Deficiência dos sistemas de saúde em áreas endêmicas.
Considerações sobre o diagnóstico clínico e laboratorial
O diagnóstico da hanseníase é realizado principalmente através do exame clínico, quando se buscam os sinais dermatológicos e/ou neurológicos da doença.
Nenhum exame laboratorial é suficiente para diagnosticar ou classificar a hanseníase. A Intradermorreação de Mitsuda, a baciloscopia e a histopatologia, geralmente, permitem diagnosticar e classificar a forma clínica. Sorologia, reação de imunohistoquímica e reação em cadeia da polimerase (PCR) são técnicas utilizadas principalmente em pesquisas.
Baciloscopia, após cuidadoso exame físico do paciente, seleciona-se a(s) área(s) de coleta, preferencialmente lesões, escolhendo-se as mais infiltradas, onde o bacilo encontra-se nas bordas da lesão.
Histopatologia, realizada através da biópsia de pele, é considerado o método mais sensível e específico para o diagnóstico. A Reação de imunohistoquímica, empregando anticorpos contra antígenos do Mycobacterium leprae, aumenta a sensibilidade e a especificidade em relação aos métodos convencionais, auxiliando no diagnóstico da hanseníase inicial ou paucibacilar.
Reação de Mitsuda, que é um teste de intradermoreação cujo antígeno é a lepromina , onde os Indivíduos com reação de Mitsuda cujo diâmetro é maior que 10mm, ou ulcerada, são geralmente resistentes ao bacilo, e não adoecem. A reação de Mitsuda, portanto, tem seu valor maior relacionado ao prognóstico.
Sorologia IgM anti-PGL1, e mais recentemente um teste rápido que foi desenvolvido para ser utilizado em campo, denominado ML-Flow.
Identificação molecular de Mycobacterium leprae pela técnica de PCR detecta, quantifica e determina a viabilidade do Mycobacterium leprae. Amplifica sequências do genoma bacilar, identificando o fragmento de ácido desoxirribonucleico ou ribonucleico amplificado. É específica e sensível, podendo ser realizada em várias amostras. Diferentes primers, tamanho dos fragmentos amplificados e técnica de amplificação são fatores que interferem nas taxas de detecção.
Um ponto importante sobre o tratamento é que ao iniciar o uso de antibióticos para combater a doença, o indivíduo infectado deixa de transmiti-la, não sendo necessário portanto seu isolamento ou qualquer tipo de preconceito com pessoas acometidas. Preconceito este que no passado gerou atrocidades com os portadores da doença, como por exemplo entre a década de 40 e até início da década de 80 onde o governo federal capturava os portadores de Hanseníase, os isolava e obrigava a viverem em colônias chamadas “Leprosários”, política que foi reconhecido como crime de estado anos mais tarde.
Este estigma do passado deve ser veemente combatido e a melhor forma de fazer isso é por meio do conhecimento, o que justifica as campanhas de conscientização sobre o tema adotadas pelo ministério da saúde como o “Janeiro Roxo” instituído em 2016 para abordar este tema.
Abaixo listamos 7 perguntas e respostas sobre a Hanseníase obtidas na webpage do Centro para Controle de Doenças e Prevenção americano (CDC):
A Hanseníase é muito contagiosa (fácil de pegar)?
R: A Hanseníase é difícil de pegar. Na verdade, 95% dos adultos não podem contrai-la porque seu sistema imunológico pode combater a bactéria que causa a doença.
A Hanseníase pode fazer com que os dedos das mãos e dos pés caiam?
R: Os dedos não “caem” devido à Hanseníase. A bactéria que causa a doença ataca os nervos dos dedos das mãos e dos pés e os deixa dormentes. Queimaduras e cortes em partes dormentes podem passar despercebidos, o que pode levar a infecção e danos permanentes e, eventualmente, o corpo pode “reabsorver” o membro. Isso acontece em estágios avançados da doença não tratada.
A “Lepra” descrita nos textos históricos é a mesma Hanseníase que conhecemos hoje?
R: A lepra histórica não é a mesma que a Hanseníase moderna. A “lepra” encontrada em textos históricos e religiosos descrevia uma variedade de condições de pele, desde erupções cutâneas e manchas na pele até inchaço. Foi considerado muito contagiosa, o que não é verdade para a doença de Hansen. A lepra histórica também não apresentava alguns dos sinais mais óbvios da hanseníase moderna, como desfiguração, cegueira e perda da sensação de dor.
As pessoas com hanseníase precisam morar em casas especiais isoladas de pessoas saudáveis?
R: As pessoas com hanseníase que estão sendo tratadas com antibióticos podem levar uma vida normal com sua família e amigos e podem continuar a frequentar o trabalho ou a escola.
Você pode pegar Hanseníase ao sentar-se ao lado de alguém que tem a doença?
R: Você não pode pegar Hanseníase por contato casual, como apertar as mãos, sentar ao lado ou conversar com alguém que tem a doença.
Existe cura para a Hanseníase?
R: A Hanseníase pode ser curada com tratamento antibiótico.
Por quanto tempo alguém com hanseníase é “contagiosa”?
R: Uma pessoa não é “contagiosa” após alguns dias do início do tratamento com antibióticos. No entanto, o tratamento deve ser finalizado conforme prescrito (o que pode levar até 2 anos) para garantir que a infecção não volte.
Ploemacher, Thomas, William R. Faber, Henk E. Menke, Victor P.M.G. Rutten and Toine Pieters. “Reservoirs and transmission routes of leprosy; A systematic review.” PLoS Neglected Tropical Diseases 14 (2020): n. pag.
A campanha nacional intitulada “Janeiro Branco” traz à tona a necessidade de atenção aos cuidados relacionados a Saúde Mental e Emocional das pessoas, ato extremamente pertinente nos dias atuais onde cada vez mais são diagnosticados casos de estresse, ansiedade, depressão e seus decorrentes distúrbios. Pesquisas mostram que a depressão é a segunda doença mais comum no mundo, ficando atrás apenas de doenças cardíacas e estima-se que até 2030 se torne a primeira. À medida que temos cada vez mais acesso aos mais diversos conteúdos e estamos conectados a tudo e a todos, aparentemente esta sobrecarga de informações tem prejudicado nossas mentes, fazendo emergir um número crescente de pessoas diagnosticadas com doenças de origens psicoemocionais.
Esses distúrbios estão intimamente relacionados entre si, eles ocorrem simultaneamente ou seguem um ao outro, sendo que em algum momento apresentam sintomas semelhantes. Estas doenças têm seu diagnóstico pautado principalmente na anamnese clínica, uma vez que os exames laboratoriais habituais têm aplicação reduzida e muitas vezes não contribuem para o esclarecimento das dúvidas do médico que faz o diagnóstico, permitindo o tratamento adequado o mais rápido possível.
No entanto, há um número crescente de estudos apontando a possibilidade da utilização de marcadores biológicos potenciais, ou biomarcadores, que apresentam alterações consistentes à medida que estes transtornos se desenvolvem, principalmente nos casos de ansiedade, depressão e estresse. Estes marcadores podem ainda, auxiliar o monitoramento da eficácia do tratamento farmacológico prescrito.
Nesse sentido, abordaremos abaixo os principais biomarcadores relacionados a distúrbios psicoemocionais e seus mecanismos de atuação que corroboram essa associação. Para tal, buscamos estudos que utilizaram a saliva como fonte de obtenção destes marcadores biológicos. Esta matriz se mostra ideal uma vez que não coagula, é estável por 24 horas em temperatura ambiente e por uma semana a 4 °C. Seu uso no diagnóstico clínico vem se tornando cada vez mais popular, é barato, não invasivo, indolor e conveniente tanto para crianças pequenas quanto para idosos, traz a comodidade de poder ser coletada na casa do paciente e transportada para o laboratório sem o envolvimento de qualquer equipe médica. A saliva contém muitas substâncias, cuja concentração reflete a saúde de todo o organismo, e pode ser usada na detecção fácil e rápida de alterações patológicas precoces em humanos, sendo possível determinar seus componentes de forma barata usando métodos imunológicos e/ou bioquímicos específicos e sensíveis, como radioimunoensaio (RIA), ensaio imunoenzimático (ELISA), espectrofotometria ou cromatografia.
Cortisol: O cortisol é um hormônio produzido pelo córtex adrenal, principalmente na segunda metade da noite, sendo que seus níveis séricos são mais altos entre 7h e 8h da manhã. Este hormônio ativa o mecanismo de resposta de “luta ou fuga” do corpo, e quando uma pessoa é exposta ao estresse mental ou físico, as glândulas suprarrenais produzem quantidades aumentadas de cortisol, que por sua vez estimula a atividade de outros hormônios do estresse, como adrenalina e noradrenalina; promove a ativação do metabolismo com aumento da energia, incluindo a liberação de glicose no sangue, fornecendo ao corpo um impulso adicional de energia para lidar com o estresse da situação. Assim sendo, ele é comumente usado como um marcador biológico de estresse, principalmente estresse agudo. Mas, após exposição prolongada ao estresse, o eixo hipotálamo – pituitário – adrenal (HPA) se torna menos sensível, levando à exaustão e consequente diminuição da produção de cortisol pelas glândulas adrenais. Este conceito foi validado pelos resultados de um estudo com participantes com transtornos de ansiedade de longo prazo, que apresentaram menor produção de cortisol do que em controles saudáveis.
Imunoglobulina A (IgA): As imunoglobulinas, comumente conhecidas como anticorpos, são proteínas responsáveis por respostas específicas do sistema imunológico humano. Os transtornos de ansiedade podem deteriorar o sistema imunológico e, portanto, a produção de imunoglobulinas é alterada em resposta a fatores psicológicos, como humor positivo (aumento) e negativo (diminuição) ou estímulos estressantes (diminuição). A IgA é uma classe de anticorpos encontrado principalmente nas membranas mucosas, incluindo a mucosa oral. Esses anticorpos são frequentemente o principal fator de resposta do corpo ao se deparar com um patógeno ou alérgeno. Fatores psicológicos também podem alterar a concentração de IgA na saliva; por exemplo, um humor positivo causa um aumento do nível, enquanto estímulos negativos e estressantes resultam em uma diminuição. Estudos demonstraram que existe uma forte associação entre estresse percebido, ansiedade e baixos níveis de IgA salivar.
Lisozimas: São proteínas produzidas e liberadas por macrófagos e outros monócitos estando, portanto, circulando nos tecidos e secreções corporais, incluindo a saliva. A lisozima fornece propriedades antibacterianas à saliva e contribui para a defesa antiviral. Alguns estudos mostram concentrações visivelmente mais baixas de lisozima em amostras de saliva coletadas em pessoas passando por um momento de estresse e ansiedade, como por exemplo previamente a realizar uma prova, em contraste, os valores após o período estressor mostraram valores consideravelmente diferentes. Uma correlação negativa entre a concentração de lisozima e a exposição ao estresse também foi demonstrada por outros pesquisadores, que confirmam adicionalmente a teoria de que houve um aumento da suscetibilidade a qualquer infecção durante a exposição ao estresse, sugerindo que a lisozima salivar pode ser útil como um potencial marcador de estresse.
Melatonina: É um hormônio derivado da serotonina, produzido na glândula pineal, cuja principal função é sincronizar o relógio biológico humano com o ciclo diurno e noturno. Sua concentração flutua ao longo do dia, aumentando durante a noite até atingir seu pico por volta das 2 a 4 horas da manhã e diminui gradualmente até as primeiras horas da manhã, quando sua produção é interrompida. Ao permitir a regeneração adequada do corpo humano durante o sono, a melatonina aumenta a resistência a fatores externos (físicos e mentais). Os distúrbios do sono, entre eles dificuldade em adormecer, incapacidade de manter o sono contínuo, resultando em má qualidade do sono ou despertar prematuro, também podem ser causados por estresse crônico, que ao longo do tempo podem ter um efeito negativo na saúde, diminuindo a imunidade, aumentando o risco de hipertensão arterial, doenças cardíacas ou resistência à insulina. Distúrbios do ritmo circadiano (incluindo insônia), que ocorrem frequentemente durante estresse, depressão ou ansiedade, aumentam adicionalmente o nível de estresse mental e aprofundam o estado depressivo. Pesquisadores mostraram que a concentração de melatonina na saliva estava correlacionada com transtornos de ansiedade, sendo que curiosamente, no caso da depressão, essa correlação foi muito mais forte. Outros estudos mostraram uma redução significativa no nível de melatonina na saliva de soldados com transtorno de estresse pós-traumático. Os resultados divulgados pelos cientistas parecem extremamente propícios, portanto, vale a pena expandir a pesquisa científica sobre a melatonina na saliva pois ela pode ser um biomarcador valioso no futuro.
Alfa Amilase Salivar: É a principal enzima digestiva encontradas na cavidade oral, sendo responsável tanto pela hidrólise do amido e do glicogênio quanto pela função imunológica, conferindo proteção à cavidade oral contra infecções. Além disso, a alfa-amilase salivar também é um marcador de resposta a estímulos que ativam o sistema simpático. Seus níveis são mais baixos no início da manhã e se tornam mais altos ao final da tarde. Em resposta ao estresse, há um rápido aumento na concentração de alfa-amilase na saliva, o que pode torná-la um biomarcador significativo no futuro. O estresse agudo ativa o eixo do sistema nervoso simpático, a medula adrenal, que se reflete tanto no nível de alfa-amilase salivar quanto na concentração de Cromogranina A na saliva.
Cromogranina A (CgA): A cromogranina é uma proteína liberada pela medula adrenal e terminações nervosas simpáticas, que pode ser detectada em amostras de saliva. Um aumento notável na absorção de CgA foi encontrado na saliva de animais expostos a uma situação estressante. A CgA salivar foi sugerida por muitos pesquisadores como um biomarcador salivar sensível e promissor para estresse psicossomático. Está provado que um aumento rápido e específico de CgA na saliva humana ocorre em resposta a vários fatores de estresse, como por exemplo, falar em público, disputa esportiva, exposição a ruído, intervenção médica ou dirigir um carro. No entanto, não há relatos sobre o nível de cromogranina A salivar em pessoas com diagnóstico de depressão ou ansiedade. Uma vantagem significativa da determinação da CgA salivar, em comparação com os biomarcadores de estresse na saliva mencionados acima (cortisol, alfa-amilase, IgA), é que os níveis de CgA não são afetados pela hora do dia, embora as concentrações de CgA salivar atinjam o pico logo após acordar, elas diminuem muito rapidamente (em apenas 1 h), permanecendo constantes ao longo do dia.
Fator de Crescimento Fibroblástico 2 (FGFR2): O FGFR2 atua como um mitógeno para diferentes tipos de células encontradas nas glândulas salivares e saliva que estão envolvidas em funções fisiológicas relacionadas à regulação do estresse e neuroregeneração, sendo reconhecido como um regulador endógeno da expressão do medo. Durante estudos em ratos, os pesquisadores provaram que o FGFR2 é um marcador biológico promissor para a suscetibilidade ao estresse e transtornos de ansiedade. Curiosamente, a expressão de medo, medida entre um grande grupo de pessoas saudáveis submetidas a estressores, correlacionou-se negativamente com o nível de FGFR2 medido na saliva. Portanto, ele pode ser usado como um biomarcador de estresse. Além disso, pessoas com um ponto inicial mais baixo de FGFR2 devido à exposição ao estresse podem ter dificuldades psicológicas em lidar com o estresse e, como resultado, serem mais propensas a transtornos de ansiedade.
Biomarcadores salivares e sua relação nos distúrbios psicoemocionais:
No geral, é altamente improvável que um único biomarcador comum para estes transtornos possa ser estabelecido. No entanto, embora o diagnóstico ainda seja amplamente baseado em sintomas clínicos, os biomarcadores salivares apresentam alto potencial para aplicabilidade ao diagnóstico e companhamento de pacientes com distúrbios psicoemocionais como o estresse, ansiedade e depressão.
Referências:
Chojnowska S, Ptaszyńska-Sarosiek I, Kępka A, Knaś M, Waszkiewicz N. Salivary Biomarkers of Stress, Anxiety and Depression. J Clin Med. 2021 Feb 1;10(3):517. doi: 10.3390/jcm10030517. PMID: 33535653; PMCID: PMC7867141.
Conteúdo elaborado por Thiago Guerino – Gerente de Produto do Brasil Apoio
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